Até provas em contrário, tudo indica que Óscar Santos não tem agido de forma igual para casos iguais, como, de resto, recomenda a lei. E se se estiver perante vários pesos e várias medidas, certamente a cidade da Praia está sendo dirigido por um cidadão brincalhão. Porque, conhecendo o seu papel e não o exercendo com justiça e justeza em todas as circunstâncias, Óscar Santos estará a brincar com a boa fé e a simplicidade que caracterizam o santiaguense. E isto, sendo verdade, é no mínimo grave!
A meia volta, no seu conceito objectivo, significa girar o objecto a 180º dando as costas à posição anterior. Pois, então se assim for, analisando os sinais dos nossos tempos, temos o mundo a girar e a surprender.
José Pinto Almeida, com a sua esposa, Maria Ribeiro Marques Pinto, o seu irmão, Valentim Almeida Pinto, o vereador, Osvaldino Silva Évora, o diretor do Gabinete Técnico Municipal, Jorge Teixeira, e o assessor Paulo Santos, terão lesado a ilha da Boa Vista em qualquer coisa como 304 mil contos em negócios de terrenos para benefícios próprios.
Este é um caso trágico que põe a nu a fragilidade das políticas públicas, a falta de planeamento e ordenamento do território e a ausência de políticas de solos, concomitante à falta de cidadania territorial, em que que o poder central e as autarquias têm culpa no cartório.
A líder do PAICV anunciou esta quarta-feira, 11 de setembro, que vai levar ao parlamento uma proposta de lei de responsabilidade territorial, visando uma “gestão rigorosa e transparente” de solos, mas escusou-se a pronunciar-se sobre a detenção de Arnaldo Silva.
O vice-primeiro ministro, Olavo Correia, disse hoje que a agricultura em Cabo Verde “gera apenas oito por cento do PIB”, embora seja a actividade económica que mais emprego gera, ou seja, cerca de 41 mil postos de trabalho.
E querem conhecer os critérios utilizados pela Câmara Municipal da Praia (CMP) na atriibuição de lotes, sobretudo os situados perto do mar, onde o parecer da Agência Maritima Portuária é necessário. No entanto, o caos urbano continua na capital do país, onde as construções clandestinas e a proliferação de bairros degradados é o maior cartão de visita da cidade.